Alexander Zverev recorda os maus momentos da lesão que sofreu no Open de França e a perspectiva que daí retirou - "Fez-me crescer, fez-me perceber o que o ténis realmente significa"

Alexander Zverev falou sobre a terrível lesão que sofreu durante as meias finais do Open de França de 2022 contra Rafael Nadal.

A temporada de 2022 foi uma das mais difíceis da carreira do alemão. Fez uma forte campanha em Roland Garros, chegando às meias-finais depois de derrotar Carlos Alcaraz nos quartos de final e entrou nas meias-finais com a intenção de desafiar o multicampeão Rafael Nadal.

Zverev perdeu o primeiro set num tiebreak muito disputado e chegou ao tie-break do segundo set, numa partida em que "Sascha" jogou de igual para igual com Nadal e teve boas hipóteses de vencer. No entanto, uma grave lesão no tornozelo durante esse tie-break levou-o a terminar a época no início de junho e a ser submetido a uma cirurgia ao tornozelo.

O antigo n.º 2 mundial partilhou numa entrevista à ATP Tennis Radio Podcast os momentos difíceis por que passou após a lesão.

"Acho que se aprecia muito o desporto do ténis. Aprecia-se os dias difíceis, os dias divertidos. Apreciamos o facto de estarmos no campo, quando isso nos é retirado. A maioria dos jogadores apercebe-se disso quando deixa o ténis, porque não tem esse período, essa lesão. Eu apercebi-me disso mais cedo, por isso estou grato por isso, mas quero voltar ao que era", disse Zverev.

"Não queria que a lesão acontecesse, obviamente, mas fez-me crescer, fez-me perceber o que o ténis realmente significa. Se voltar a estar ao nível, se ganhar GrandSlams e me tornar o número 1 do mundo, talvez olhe para trás e diga 'valeu a pena'", acrescentou.

Este ano o seu regresso tem sido em alta e já voltou ao top 10. Além disso, está atualmente em 7º lugar na ATP Race. Embora ele não tenha a sua vaga nas finais garantida, Zverev mantém boas hipóteses de se qualificar para o torneio pela sexta vez consecutiva. Ele já ganhou o título duas vezes (em 2018 e 2021).

"Se eu chegar a Turim, se voltar depois de uma lesão e de não ter jogado durante sete meses, quando não tinha a certeza se alguma vez voltaria ao nível em que estava... Se voltar e for um dos oito melhores jogadores do mundo, é um grande feito, não há dúvida. É um ano de regresso inesquecível, isso é certo", afirmou Zverev.

"Acho que para mim é apenas ser saudável. Penso que no início do ano ainda estava a gerir a dor, ainda estava a lidar com a dor. Não estava a mover-me como queria, não estava a deslizar pelo campo, se olharmos para trás, para os jogos que fiz. Para mim, era mais isso"

"Se quisermos ser competitivos neste desporto, temos de estar 100 por cento saudáveis, temos de nos movimentar como queremos no campo de ténis. Para que eu possa fazer isso, preciso de estar livre de dores".