“É difícil acrescentar novos elementos ao teu ténis”: Jannik Sinner sobre melhorias constantes

Jannik Sinner teve que lutar muito antes de garantir a sua vaga nos quartos de final do Open da China. O número 2 mundial conseguiu superar um difícil teste contra o francês Terence Atmane, necessitando de três sets para finalmente garantir a vitória 6-4, 5-7, 6-0. Durante grande parte do jogo, o italiano encontrou-se sob pressão contra um esquerdino perigoso, que combinou explosivos remates com uma intenção destemida.

O jogo parecia pender a favor de Sinner quando ele venceu o primeiro set 6-4, mas Atmane respondeu com agressividade no segundo, forçando erros do italiano e convertendo oportunidades chave. Sinner admitiu depois que teve oportunidades para terminar mais cedo, mas falhou na capitalização quando mais importava. De repente, o que parecia ser uma passagem rotineira para os últimos oito transformou-se numa batalha tensa.

Porém, quando chegou o terceiro set, Sinner elevou o seu nível a um ponto onde Atmane já não podia acompanhar. O retorno do italiano ficou mais afiado, o seu forehand mais dominante, e a confiança disparou após uma quebra de serviço logo no início. A partir daí, ele não olhou para trás, avançando pelo último set 6-0 para sublinhar a diferença na qualidade e consistência nos momentos decisivos.

“Foi um jogo difícil, isso é um facto,” refletiu Sinner depois. “Eu lembrava-me do nosso jogo em Cincinnati, por isso tinha uma ideia do que esperar. Tive oportunidades de acabar mais cedo, mas não as aproveitei. Estas coisas acontecem. Notei que ele estava a ter alguma dificuldade com cãibras nos últimos jogos, mas no geral estou contente por estar nos quartos de final.”

Elogios para Atmane 

Se dúvidas persistissem no início do set decisivo, Sinner rapidamente as dissipou. Uma quebra de serviço imediata reforçou a sua confiança, e o jovem de 23 anos avançou pelo último set sem perder um jogo. O seu forehand ditava os rallies, o seu retorno neutralizava o serviço de Atmane, e a sua compostura garantia que não haveria mais drama.

“Sempre que se vai para um terceiro set, tudo pode acontecer,” explicou Sinner. “Mas eu senti boa energia, quebrei o serviço dele no primeiro jogo, e isso mudou tudo. A partir da dupla quebra em diante, senti que o jogo estava sob controlo.”

Apesar do set final desequilibrado, Sinner foi rápido a reconhecer as qualidades do seu oponente. “Não há muitos jogadores como ele no circuito,” disse Sinner. “Ele é canhoto, joga com muita criatividade e melhorou desde Cincinnati."

"Hoje, ele teve alguns problemas físicos mas, para um jogo da segunda ronda, ele é um adversário muito difícil. Talvez a sua concentração tenha caído um pouco no terceiro set, mas é normal, isto é desporto, passamos por muitas fases e é normal ficar um pouco nervoso nesses momentos”.

Desenvolvendo novos níveis no seu jogo

A dominação de Sinner tem sido construída principalmente em redor do seu jogo sólido na linha de fundo, mas o italiano está determinado a não ficar parado. Contra Atmane, ele misturou algumas jogadas de serviço-e-vólei e experimentou encurtar os pontos, demonstrando uma disponibilidade para sair da sua zona de conforto. Ele admite que essas jogadas ainda estão em progresso, mas refletem uma visão mais ampla: a necessidade de evoluir.

“É difícil acrescentar coisas novas ao seu ténis, mas eu tento,” disse Sinner. “Às vezes funciona, às vezes não. Sinto que preciso de bater o remate perfeito para controlar essa jogada, e muitas vezes não espero pelo momento certo. Mas espero que, se continuar a trabalhar, daqui a alguns meses essas coisas começarão a trazer-me resultados positivos.”

O italiano está particularmente focado em diversificar os seus padrões de serviço e melhorar o jogo de transição, áreas onde os melhores do mundo podem inclinar jogos apertados a seu favor.