“Este país dá-me muito”: Jannik Sinner emociona-se após vitória em Turim, em plena polémica em torno da Taça Davis

Jannik Sinner iniciou a defesa do título nas ATP Finals, em Turim, com uma vitória convincente sobre Felix Auger-Aliassime, ampliando a sua supremacia sobre o canadiano com um triunfo por 7-5, 6-1. Embora o encontro tenha sido condicionado por problemas físicos do adversário, o italiano manteve a compostura e a eficiência do princípio ao fim. No rescaldo, Sinner falou do sabor agridoce do êxito, do orgulho de jogar em casa e da ligação com os adeptos italianos.

Sinner reconheceu que o primeiro set esteve longe de ser simples, elogiando Auger-Aliassime pelo serviço afiado e pela intensidade no arranque. O italiano admitiu que o declínio físico do canadiano alterou a dinâmica do encontro. “Não queres vencer desta maneira”, disse na entrevista pós-jogo à Tennis Channel. “Mas, por outro lado, aproveitas. Apenas lhe desejamos uma rápida recuperação. Esperemos que volte a 100 por cento — precisamos dele nesta competição.”

Para lá do jogo, Sinner abordou também a energia que o rodeia em Turim — um fator quase mítico entre os adeptos italianos. Com o público da casa a vibrar a cada ponto, e até os seus anúncios a passarem durante outros encontros, o italiano admitiu que o ambiente ocupa um lugar especial no coração. É mais do que apoio; é um vínculo nacional que alimenta a sua motivação em court.

O quatro vezes campeão do Grand Slam foi recebido com fortes ovações do público italiano, poucos dias após a polémica pela decisão de não participar nas Finais da Taça Davis com Itália, justificando precisar de mais descanso antes da temporada de 2026. Sinner enfrentou duras críticas no país, incluindo do lendário Nicola Pietrangeli, que classificou a sua desistência como “um estalo na cara.”

Sinner apressou-se a sublinhar o privilégio de representar Itália perante um público apaixonado. “Este país dá-me muito, sinceramente”, explicou. “Estou a representar a Itália — sempre foi uma enorme honra, e é bom poder retribuir.”

Recordou também o impulso emocional de jogar perante bancadas cheias, sobretudo após a vaga de críticas na sequência da decisão sobre a Taça Davis. “É um sítio fantástico para jogar, com um grande público em casa”, disse Sinner. “Ver os estádios cheios é incrível.”

Apesar do carinho pelo palco caseiro, Sinner deixou claro que a prioridade passa por manter os bons resultados no circuito, desta vez privilegiando a recuperação para preparar os desafios de 2026 — começando pela defesa do título no Australian Open. “No fim do dia, sou tenista e quero fazer o melhor trabalho possível”, assinalou. “Mas, ao mesmo tempo, também desfruto.”

“É ótimo e estou extremamente feliz por estar aqui. Estou satisfeito por ter mostrado bom ténis. Se puder, sabem, essa é a minha principal prioridade.”

As palavras de Sinner após o encontro revelaram equilíbrio entre ambição e perspetiva. Ao prosseguir a campanha no Grupo Björn Borg — com duelo frente a Alexander Zverev pela frente —, o italiano mostra consciência das exigências e atenção ao processo. Defender 1 500 pontos e o título conquistado sem perder sets em 2024 não é tarefa menor.

Aos 24 anos, precisa de conquistar o troféu para terminar a época como n.º 1 mundial — e ainda torcer por uma saída prematura de Carlos Alcaraz. Após as vitórias inaugurais de ambos, valendo 200 pontos, o espanhol mantém a liderança do ranking em direto por 1 050 pontos.