Boris Becker anunciou que se tornará o treinador de Holger Rune até ao final da época de 2023, considerando a parceria "muito adequada".

O número 6 do mundo tem passado por momentos difíceis no ATP Tour nos últimos tempos, tendo sofrido uma série de eliminações precoces nas etapas da América do Norte e da Ásia. No Open de Estocolmo, esta semana, o dinamarquês perdeu para Miomir Kecmanovic na primeira ronda.

Recentemente, Rune fez uma semana de treino com Becker em Monte-Carlo e pediu agora ao hexacampeão do Grand Slam para o treinar durante um período mais longo.

"Posso confirmar que sou o treinador de Holger Rune", disse Becker ao podcast da Eurosport Alemanha.

"Sinto-me um pouco orgulhoso por ele me ter convidado. O contacto já existia há muito tempo. Agora, foi um ajuste muito bom", acrescentou.

Becker explica em pormenor a sua abordagem ao coaching de Rune

"Holger convidou-me então para uma semana de treino em Monte-Carlo. Também tive uma longa conversa com a sua mãe, Aneke, e com o seu treinador de desempenho, Lapo Becherini. A partir de agora, nós os três somos responsáveis pelo Holger. Infelizmente, não poderei estar presente no torneio de Estocolmo esta semana devido a compromissos previamente marcados.

"Mas estarei lá em Basileia, o mais tardar, e depois jogarei o Paris-Bercy com o Holger - e espero ajudá-lo a qualificar-se para o Nitto ATP Finals em Turim. Esse é o grande objetivo e essa é a tarefa", explicou Becker;

O ex-jogador alemão continuou a discutir aspectos da abordagem de Rune ao jogo que serão trabalhados, destacando a sua mentalidade em campo. Acrescentou que isso foi algo que trabalhou com Novak Djokovic quando treinou o número 1 do mundo de 2013 a 2016.

"O Holger é um diamante em bruto que precisa de ser polido. Gosto das suas explosões emocionais. Já treinei um jogador antes, Novak Djokovic, que por vezes não era bem ele próprio no campo, mas isso é permitido.

"A questão é: quando é que se volta a entrar no jogo, quando é que se volta a concentrar? No final, não se trata de mandar a tua mãe para fora das bancadas, mas sim de ganhar o jogo. Adoro ténis e quando um dos melhores jovens de 20 anos do mundo me pergunta se gostaria de o treinar... quem diz que não, não tem muito a ver com o desporto.

"É claro que tudo tem a ver com a atitude, mesmo que seja tão fácil dizer isso. Mas é a principal razão pela qual os jogos de ténis são ganhos ou perdidos. Para mim, trata-se de saber qual é a motivação do Holger e a razão para ir à China, por exemplo. É só para ganhar a primeira ronda ou o torneio, é para ganhar pontos na classificação?

"Isso tem de ser discutido e tem de ficar muito claro qual é a motivação. Tenho algumas ideias sobre o que pode ser melhorado. Começa com a atitude, a mentalidade, a psique - e eu tenho uma pequena ideia sobre isso", continuou.