Dayana Yastremska recusa-se a falar em pormenor sobre o jogo com a bielorrussa Victoria Azarenka: "Não vão gostar das minhas respostas"

A jogadora ucraniana de ténis Dayana Yastremska recusou-se a comentar os seus sentimentos sobre o facto de jogar contra uma adversária bielorrussa após a sua vitória sobre Victoria Azarenka. A jogadora de 23 anos garantiu o seu lugar nos quartos de final do Open da Austrália, a sua primeira vez a chegar a esta fase num Grand Slam, e vai enfrentar a adolescente Linda Noskova em busca de um lugar nas meias-finais.

Desde o início da guerra, os tenistas ucranianos manifestaram a sua oposição à participação de jogadores russos e bielorrussos nos torneios, mas a WTA não acedeu às exigências dos ucranianos.

Jogadoras como Elina Svitolina, Marta Kostyuk e a própria Yastremska já não cumprimentam os russos ou bielorrussos quando jogam contra eles, dando origem a polémicas em todos os jogos entre ucranianos e russos/bielorrussos.

No Open de França, Svitolina foi mesmo gozada pelo público depois de se recusar a cumprimentar Sabalenka, enquanto em Wimbledon foi Azarenka que enfrentou vaias depois de jogar contra Svitolina.

Durante a conferência de imprensa que se seguiu à vitória de Yastremska sobre a antiga n.º 1 mundial, a ucraniana foi questionada se existe uma pressão extra quando se joga contra uma bielorrussa no meio da guerra: "Jogar contra uma jogadora bielorrussa? Se vou começar a falar sobre isso, acho que não vão gostar das minhas respostas, por isso vou apenas dizer que quero saltar esta pergunta", disse Yastremska.

"Porque acho que, se estão a fazer esta pergunta, de certeza que sabem como é para nós, para os ucranianos, jogar contra russos e bielorrussos. Tenho a certeza que sabem, por isso não acho que seja uma boa maneira de colocar esta questão", acrescentou.

"Decidi que a partir deste ano não haverá mais pressão"

Yastremska reconheceu que, desde o início da guerra, tem sentido uma pressão acrescida para obter bons resultados para os seus compatriotas ucranianos. A atual número 21 do mundo comentou que espera libertar-se das expectativas para manter um nível elevado no futuro:

"Estava a colocar muita pressão sobre mim próprio de várias formas. De uma forma que é a guerra e eu tenho de mostrar melhores resultados, sabe, para a Ucrânia. E, no início, não estava a jogar apenas por mim", disse Dayana Yastremska.

"Então, eu estava a colocar pressão sobre mim mesmo que antes, como, quando eu era mais jovem, eu era muito melhor do que eu sou agora. Em muitos aspectos, é muito tempo, sabe, se eu disser todas as pressões que eu estava a colocar em mim mesmo. Mas agora decidi que, a partir deste ano, não haverá mais pressão, nem grandes expectativas em relação a mim mesma, apenas serei como sou e veremos como as coisas vão correr", acrescentou.