Enquanto o quadro de singulares das
ATP Finals está a decorrer, o torneio de pares já determinou que o britânico Lloyd Glasspool garantiu o n.º 1 ATP de final de época no ranking de pares, em plena campanha em Turim ao lado do parceiro Julian Cash — também britânico e atualmente n.º 2.
Glasspool começou o ano apenas no n.º 23 e Cash no n.º 37, mas a época catapultou-os para a melhor dupla do ano. As ATP Finals apresentaram Cash/Glasspool como primeiros cabeças de série, ambos a chegar como líderes do ranking após um ano de grande nível.
A estreia foi dura, com derrota frente aos 7.ºs cabeças de série Simone Bolelli e Andrea Vavassori por 5-7, 3-6. Os britânicos reagiram e venceram o segundo encontro contra Tim Puetz e Kevin Krawietz, mantendo vivas as esperanças. Precisavam ainda de mais um triunfo para assegurar o n.º 1 no final do ano, mas a derrota de Granollers/Zeballos perante a dupla italiana acabou por garantir a Glasspool o n.º 1 de final de época.
“Tem sido um ano louco, sem dúvida,”
disse Glasspool durante a cerimónia de prémios como dupla n.º 1. “Trabalhámos imenso na pré-época. Não o teríamos conseguido sem todos os que estão na nossa box, e também a minha família lá em cima. É preciso muita gente para chegar a este patamar.”
“Riscámos tantos objetivos este ano e creio que ambos acreditámos, logo no início, que isto era possível para nós; estar aqui agora é muito surreal,” acrescentou Cash.
Glasspool junta-se ao grupo de elite como o 4.º britânico a alcançar o n.º 1 mundial em pares
A dupla britânica passou 13 semanas no topo do ranking ATP desde que conquistou o título no Canadian Open. Desde então, Glasspool tem sido n.º 1 e Julian Cash n.º 2, separados por apenas 90 pontos. Glasspool tornou-se assim no 66.º jogador de pares a atingir o n.º 1 mundial na categoria: o 4.º britânico a consegui-lo, seguindo as pegadas dos compatriotas Neal Skupski, Joe Salisbury e Jamie Murray. Entre eles, só Skupski terminara um ano no topo, em 2022, empatado com o parceiro Wesley Koolhof.
Entre as conquistas de Glasspool e Cash contam-se 7 títulos esta época, com Wimbledon a ser o mais importante, ao baterem Rinky Hijikata e David Pel na final. Somaram ainda um Masters 1000 em Toronto, além de chegarem às finais em Miami, Monte Carlo e Paris. A consistência deste ano coloca-os acima da dupla Zeballos/Granollers, campeã em Roland Garros e no US Open, que não manteve o mesmo nível nos torneios de menor categoria.
Durante a cerimónia de prémios, Lloyd Glasspool, de 31 anos, voltou a falar. Em 2022 já disputara as ATP Finals ao lado do finlandês Harri Heliovaara, caindo nas meias-finais perante os croatas Mektic/Pavic. O britânico sublinhou as equipas de trabalho como decisivas para a ascensão do exterior do Top 20 ao topo do ranking. “Não estaríamos aqui sem a nossa box e a nossa equipa. Têm-nos apoiado durante muitos, muitos anos. Foi um ano incrível. Mérito nosso também. Acho que trabalhámos muito. Puxámo-nos imenso um ao outro.”
A dupla britânica vai decidir a qualificação precisamente contra os terceiros cabeças de série Zeballos e Granollers — ex-n.º 1, que perderam a oportunidade de recuperar o topo. O vencedor do encontro avança para as meias-finais, onde Bolelli/Vavassori (7.ºs) e Salisbury/Skupski (5.ºs) já estão apurados — estes últimos formam outra dupla 100% britânica e poderão ser rivais dos n.º 1 se confirmarem o triunfo no terceiro jogo da fase de grupos.