“Existe um fosso abissal entre eles e os restantes” Ex-tenista espanhol analisa por quanto tempo poderá durar o domínio Sinner-Alcaraz

2025 tem sido um ano de domínio absoluto e total de Jannik Sinner e Carlos Alcaraz. A diferença é descrita como “abissal” pelo antigo campeão de pares de Grand Slam Feliciano Lopez, que não antevê mudanças num futuro próximo.

Com as duas estrelas a terminarem a época, fica uma temporada para recordar. Entre ambos, conquistaram 14 títulos e encontraram-se em inúmeras finais. Os últimos oito títulos de Grand Slam foram divididos entre os dois, tendo cada um somado dois esta campanha, medindo forças nos três anteriores.

A distância no topo é tão grande que ninguém se aproxima sequer de os ameaçar. O número três do mundo, Alexander Zverev, está a 6.340 pontos de Sinner, que é segundo e segue a 550 pontos de Alcaraz. Para contextualizar, mesmo que Zverev vença os próximos três Grand Slams enquanto Sinner e Alcaraz, continuará atrás com base nos pontos que possuem atualmente. O alemão está mais perto do jogador número 1000 do que do segundo, um lembrete claro de quão distante está o restante pelotão.

Quanto a este domínio, o diretor da Taça Davis acredita que a mudança não está no horizonte. “Os números falam por si. Não tenho uma bola de cristal, mas no curto prazo, é improvável que mude”, afirmou Lopez. “Não vejo nenhum jogador capaz de os desafiar pelos grandes títulos e pelo número 1 do mundo. Nos próximos três anos? Talvez surja um Sinner da Eslovénia ou um Alcaraz de outro país. Ninguém sabe ainda... Mas existe um fosso abissal entre eles e os restantes.”

Um fator decisivo para o controlo firme que exercem no circuito ATP é a capacidade de melhorar a um ritmo a que ninguém consegue responder. Empurram-se mutuamente para padrões elevadíssimos e conseguem adaptar o jogo a qualquer contexto. “São demasiado fortes, física, técnica e mentalmente”, reconheceu Lopez. “A tendência confirma-se ao longo do tempo. Têm também a capacidade de evoluir e aperfeiçoar o ténis em todas as áreas do jogo, enquanto os outros não.”

Apesar deste domínio, Lopez elogiou a dupla e admitiu que são uma bênção para a modalidade. “O ténis tem muita sorte em ter estes dois jogadores. São duas personalidades diferentes, dois grandes representantes deste desporto”, afirmou.

Embora tenham tornado o ATP mais previsível na hora de apontar o vencedor de um torneio, os duelos entre ambos têm proporcionado espetáculos notáveis. Veja-se a final de Roland Garros deste ano. Sinner parecia a caminho de uma vitória em três sets frente ao campeão em título, mas o jovem de 22 anos tinha outros planos. Num encontro que durou mais de cinco horas, Alcaraz salvou três match points consecutivos e recuperou para anular a vantagem e assinar um triunfo histórico. O espetáculo foi visto por milhões em todo o mundo, evidenciando a popularidade e o impacto que ambos trazem ao desporto.

Embora nada indique que isto vá mudar, há várias outras estrelas a tentar dar o próximo passo. O rival mais próximo parece ser Novak Djokovic. O jogador de 38 anos ganhou tudo numa carreira lendária, mas nem ele consegue competir com Sinner ou Alcaraz quando estes estão afinados. As suas quatro meias-finais consecutivas em Grand Slams comprovam-no. Zverev será sempre uma ameaça, mas as recentes goleadas sofridas frente a Sinner contam outra história. Antigos candidatos como Daniil Medvedev, Casper Ruud e Stefanos Tsitsipas não estão no seu melhor, enquanto poderá ser demasiado cedo para nomes como Joao Fonseca entrarem na corrida.