Carlos Alcaraz voltou a mostrar porque é o n.º 1 do mundo no ténis masculino, superando uma entrada traiçoeira para garantir uma vitória suada frente a Taylor Fritz nas
ATP Finals 2025.
Numa Inalpi Arena esgotada, o espanhol cabeça de série número um assinou uma reviravolta notável para derrubar Fritz por 6-7(2), 7-5, 6-3 e manter-se invicto, 2-0, no Grupo Jimmy Connors. Finalista vencido no ano passado, Fritz chegou a parecer bem posicionado para vencer nas
ATP Finals e alimentar as suas próprias ambições.
Mas foi Alcaraz a assinar a cambalhota no marcador, embalado por um último set autoritário para selar o triunfo, e deverá apurar-se na terça-feira à noite se De Minaur conseguir bater Musetti hoje. Admitiu, contudo, que não se sentiu confortável ao fechar a partida, após um duelo duro com Fritz.
Está agora a apenas 50 pontos do n.º 1 do final de época, objetivo que persegue; nem Jannik Sinner o poderá travar se completar a fase de grupos sem derrotas.
Alcaraz admite dificuldades mentais
“Foi um jogo mentalmente muito difícil”, admitiu Alcaraz após o encontro, em declarações ao
Tennis Channel. “Depois dos dois primeiros jogos de resposta, tive oportunidades — quebrei no segundo jogo de resposta —, mas a seguir não sei o que aconteceu. Simplesmente não me senti confortável na resposta. Ele estava a servir muito bem e, honestamente, fiquei um pouco triste e frustrado por não conseguir responder a nenhum serviço.”
Apesar do arranque complicado, Alcaraz fez ajustes cruciais. “Encontrei uma solução ao dar-me mais metros, mais tempo para responder ao serviço dele. Tive de correr ainda mais nas duas ou três primeiras pancadas de cada ponto. Mas estou muito feliz por ter tido energia para o fazer, para recuperar os pontos e continuar a jogar um ténis tão bom. Resolver problemas lá dentro foi incrível.”
O espanhol sublinhou também a intensidade única das ATP Finals. “Antes do jogo, tens de dar o teu melhor. Jogas contra o melhor ténis do mundo. Normalmente não te deixam ficar no jogo ou voltar se perdes a concentração, nem que seja por um instante. Isso significa que não importa se são duas ou três horas — tens de estar muito focado em cada ponto. É realmente difícil jogar contra os melhores, por isso tens de estar concentrado desde o primeiro momento.”
Os ajustes de Alcaraz, tanto táticos como mentais, foram decisivos no terceiro set. Ao melhorar o posicionamento na resposta e trabalhar mais nas primeiras pancadas de cada ponto, recuperou o controlo e selou a vitória.
“Depois de um arranque bonito, meu amigo”, disse o entrevistador. “Muito obrigado”, respondeu Alcaraz com um sorriso, encerrando uma entrevista que espelhou a sua consciência tática e um espírito competitivo incansável.
Com este triunfo, Alcaraz não só avança nas ATP Finals como reforça a reputação de um dos jogadores mais resilientes e inteligentes do circuito, capaz de encontrar soluções em tempo real mesmo contra a elite.