“Esta história é muito antiga, o que aconteceu deve ficar entre eles”: ex-n.º 3 mundial apoia Elena Rybakina enquanto Stefano Vukov está sob escrutínio

WTA
quarta-feira, 12 novembro 2025 a 13:30
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A ex-número 3 mundial Elena Dementieva abriu o jogo sobre o percurso de Elena Rybakina e a sua relação por vezes complicada com o treinador, Stefano, lançando luz sobre uma história que há muito intriga os fãs de ténis.
Rybakina venceu as WTA Finals na semana passada, mas, como sempre que conquista um título, o foco recaiu no seu treinador, suspenso do circuito no início do ano devido a uma relação de trabalho alegadamente abusiva e tóxica. A cazaque ficou marcada por falhar muitos torneios no último ano e terminou a parceria com Vukov, que a guiou ao título em Wimbledon, mas ele terá “não baixado os braços” e permaneceu no hotel a tentar convencer Rybakina.
Parecia o fim da relação, mas ele regressou de repente em janeiro, para surpresa de Goran Ivanisevic, seu treinador por um curto período, que saiu após a decisão de a jogadora voltar a contratar Vukov de alguma forma. Pouco depois, ele foi suspenso e, durante algum tempo, Davide Sanguinetti assumiu como treinador interino. Mas o italiano era visto como um rosto de fachada, com Vukov a mover os cordelinhos, admitindo ele próprio que “estaria sempre lá”. Nos courts no Médio Oriente, onde a suspensão não vigorava, Vukov continuou a treinar Rybakina.
A suspensão foi levantada e ela venceu de imediato Ningbo e apurou-se para as WTA Finals, onde arrasou Aryna Sabalenka na final. Porém, em meio a toda a conversa sobre Vukov, Dementieva admitiu no First & Red que o tema devia esmorecer.
“Esta história é muito antiga e acho que terminou há muito tempo”, disse Dementieva. “É muito ambígua. Percebo que a Elena, sendo uma pessoa muito reservada, se viu numa situação extremamente desconfortável quando o mundo inteiro começou a discutir a sua relação pessoal e profissional com o treinador.”
A polémica chamou a atenção da WTA, que abriu uma investigação e acabou por emitir uma desqualificação, impedindo Stefano de estar nos torneios durante um ano. “Isto coincidiu com o momento em que a Elena decidiu terminar com o treinador”, assinalou Dementieva. “Mas o que aconteceu entre eles, não sabemos — e acho que deve ficar entre eles.”
Apesar do escrutínio público, Dementieva sublinhou a importância do vínculo profissional entre Rybakina e Stefano. “A Elena abriu-se para o ténis com o Stefano. Foi com ele que alcançou as suas vitórias maiores e mais importantes. Começaram a trabalhar quando ela estava fora do top 200 — não quando já era top 10. Percorreram juntos um caminho muito difícil, pela primeira vez para ambos: a Elena como jogadora, o Stefano como treinador de uma jogadora tão talentosa pela primeira vez.”
Sobre o estilo de treino de Stefano, Dementieva ofereceu uma perspetiva equilibrada. “Tenho a certeza de que ele percebeu de imediato o talento que tinha à frente e quis potenciá-lo. Admito que cometeu alguns erros — talvez tenha sido demasiado emocional ou exigente em certos momentos. Mas isso nasceu do desejo de a ajudar e de revelar o seu potencial.”

Pressão pública ou decisão dela?

Contrastou isto com a abordagem de muitos treinadores experientes no circuito. “Muitos treinadores andam por aqui há décadas, passando de jogadora em jogadora. A esta altura, já estão cansados do ténis e a sua principal preocupação costuma ser apenas o bónus após um torneio bem-sucedido. Aqui, a situação era completamente diferente.”
Dementieva reconheceu que a intensidade da parceria por vezes gerou tensão. “Sim, talvez ele a tenha pressionado em demasia nalguns momentos. Não surpreende que ela tenha parado de trabalhar com ele. Não sei se foi totalmente uma decisão pessoal dela ou por pressão pública. Ela tentou trabalhar com outros especialistas — teve grandes treinadores como o Goran Ivanisevic e o Davide Sanguinetti —, mas acabou por regressar ao Stefano.”
Refletindo sobre o momento atual de Rybakina, Dementieva concluiu: “Se voltar ao Stefano foi certo ou errado, todos somos responsáveis pelo título final. E, no fim, foi um triunfo.”
Com as suas declarações, Dementieva desenhou o retrato de uma relação jogadora-treinador assente em confiança, ambição e aprendizagem mútua — uma dinâmica que ajudou a moldar Rybakina como um dos maiores talentos do jogo.
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