Jannik Sinner encerrou a época de 2025 com aquilo a que chamou “uma sensação incrível”, erguendo o troféu das
ATP Finals em Turim após derrotar o n.º 1 do mundo, Carlos Alcaraz, por 7-6(4), 7-5. À beira do court, Sinner sublinhou o peso emocional de terminar o ano perante o público da casa, dizendo que foi “muito emotivo ver a minha equipa ali e todo o box”, acrescentando que o momento ganhou ainda mais significado por coroar um ano de evolução pessoal e competitiva.
Apesar de ter falhado o n.º 1 no final do ano, Sinner deixou claro que não estava interessado em comparar 2025 com a época de explosão em 2024. “Sinceramente, não quero comparar”, afirmou, destacando que ambas as temporadas foram “incríveis” de maneiras diferentes. Apontou para as quatro finais do Grand Slam em 2025 e a série de vitórias no final da época como prova de que se tornou “um jogador melhor do que no ano passado”, acrescentando que o objetivo final foi sempre melhorar, e não os pontos ou o ranking.
Sinner explicou também que a sua evolução esta temporada resultou da forma como lidou com a adversidade. Notou que não sofreu “muitas derrotas”, mas que cada uma foi usada de forma construtiva: “Todas as derrotas que tive, tentei ver o lado positivo e evoluir de uma forma muito boa.” Com uma pré-época mais longa pela frente, o italiano disse que ele e a sua equipa vão aproveitar o tempo para “já nos ajustarmos para a próxima temporada” e consolidar as bases que o levaram ao título em Turim.
A final com Alcaraz, o 16.º confronto entre ambos, reafirmou uma das grandes rivalidades do ténis. Sinner disse que “pequenos, pequenos detalhes fizeram a diferença”, como salvar um set point no primeiro parcial e recuperar o break no segundo com o que admitiu ter sido “uma resposta descentrada”. Referiu que ambos começaram nervosos porque “conhecemo-nos, sabemos o que temos de fazer”, mas à medida que as trocas se alongaram, o nível subiu. “No final do set estávamos os dois a jogar um ténis de grande qualidade no fundo do court,” disse, notando que contra Alcaraz “cada ponto tem de ser ganho da forma certa.”
Sinner explica os momentos chave da final
Ao refletir sobre os pontos de viragem, Sinner descreveu o encontro como uma questão de margens. Mesmo pontos a 30-30, disse, podem mudar todo o cenário numa final desta dimensão. Apontou em específico para 2-1 no primeiro set – uma fase inicial que podia ter invertido o ímpeto de imediato. “Se ele quebra aí, o jogo podia virar muito rápido para o outro lado”, explicou Sinner. No fim, sentiu que a combinação de disciplina, clareza tática e um toque de sorte o levou à meta.
As perguntas sobre a sua relação com Alcaraz arrancaram um sorriso. Sinner sublinhou o respeito mútuo entre os dois: “Somos bons amigos fora do court. Respeitamo-nos de forma muito saudável.” Embora reconheça que as equipas maiores no circuito atual tornam a dinâmica social diferente de outras gerações, disse que as amizades continuam a desenvolver-se, citando Jack Draper e Reilly Opelka como exemplos de jogadores com quem tem proximidade. Com Alcaraz, descreveu uma mistura singular de rivalidade e camaradagem, reforçada pela frequência com que disputam títulos importantes.
Sinner abordou ainda os ajustes feitos desde a final do US Open. O serviço, afirmou, “evoluiu de forma positiva”, e do fundo do court tornou-se “um pouco mais imprevisível”. Ainda assim, reconheceu margem para melhorar, frisando o mérito de Alcaraz por o obrigar a refinar o seu jogo. Olhando em frente, sublinhou a importância de dezembro: “Conectas melhor porque não tens a pressão e a correria… é muito importante não só pela ética de trabalho, mas para ligar ainda melhor toda a equipa.”