“Permitiu-me dizer a mim próprio, esquece os outros ‘estou de volta’”: Jimmy Connors recorda vitória que mudou a carreira sobre McEnroe ao abordar a rivalidade Sinner-Alcaraz

ATP
sexta-feira, 21 novembro 2025 a 19:00
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Jimmy Connors conquistou tanto no ténis. Venceu oito títulos do Grand Slam e foi número um do mundo por um total de 268 semanas. No entanto, houve um encontro contra o lendário John McEnroe que mudou a sua sorte e o recolocou no caminho certo.

Duelo nas ATP Finals - a impressionante forma indoor de Sinner

No podcast Advantage Connors, ele e o filho, Brett, analisaram o recente confronto das ATP Finals entre Jannik Sinner e Carlos Alcaraz. O italiano saiu por cima com uma exibição brilhante em casa. Apesar dos numerosos embates, Connors continua a apreciar a rivalidade intensa entre ambos.
“Porque se encontram consistentemente nas fases finais dos torneios — meias-finais ou finais — e os jogos são extremamente equilibrados,” afirmou Connors. “Apesar de Alcaraz liderar o frente a frente por 10–6, somam um número idêntico de pontos totais em todos os encontros, o que mostra como estão nivelados. As suas forças contrastantes tornam cada duelo cativante.”
Quando questionado se os adeptos estão a ser mimados por esta rivalidade, Connors respondeu: “Sim, potencialmente. Embora a rivalidade seja excelente, a variedade é importante para o interesse no desporto. Mas não é culpa dos melhores — até aparecer alguém que os desafie com regularidade, eles vão continuar a dominar as finais.”
Sinner leva agora 31 partidas sem perder em indoor. É uma sequência incrível que dura desde a Taça Davis de 2023. Apesar desta forma impressionante, Connors assinalou uma exceção. “A sua batida limpa na bola, a tomada de tempo precoce e a velocidade beneficiam das condições indoor, sem vento, ressalto estável e piso rápido. Mas na conversa referiu-se a ironia de que, mesmo com o teto do US Open fechado — tecnicamente ‘indoor’ — Alcaraz ainda assim o venceu de forma categórica.”

Semifinalistas em Turim

Felix Auger-Aliassime entrou à justa no top oito da Race para Turim após um final de temporada brilhante que culminou com a presença na final do Paris Masters. Manteve a boa forma ao somar duas vitórias para sair do seu grupo à socapa, onde acabou derrotado por um Alcaraz em grande.
Apesar deste resultado de respeito, Connors espera mais do canadiano. “Fico feliz por ele, mas espero que não esteja satisfeito. Espero que continue a crescer, a melhorar e que saia para vencer um Grand Slam,” afirmou. “Já anda por aí há algum tempo — não tem 22, tem 25. Tem oito títulos, três deles este ano, e 50 vitórias. Tem um jogo excitante. Chegar às meias-finais do US Open e os jogos que venceu criaram muita expectativa. Se agora conseguir vencer Sinner e Alcaraz, nas versões atuais, e chegar a uma final de Slam, seria uma excelente adição ao topo.”
O outro semifinalista foi Alex de Minaur. Encontrou-se num momento negro após perder os dois primeiros encontros, mas um triunfo sobre Taylor Fritz permitiu-lhe sair do grupo ‘Jimmy Connors’ em segundo. Não teve argumentos contra Sinner, mas acabou finalmente com a sua péssima série contra jogadores do top 10 no ATP Tour.
“Não — nunca se pode tentar demais,” disse Connors, tentando identificar o fator problemático no jogo do australiano. “O teu trabalho é dar tudo em cada ponto. Mas tens de jogar dentro de ti. Não saias da tua caixa a não ser que já tenhas sido batido de todas as outras formas. Sabe no que és bom e mostra-o. Nunca ofereças a vitória ao adversário — faz com que ele a mereça. Os encontros têm altos e baixos. Nunca sabes o que vai acontecer do outro lado da rede. Agarrar-te a isso é o motivo pelo qual se chama grind.”
John McEnroe venceu sete títulos do Grand Slam
John McEnroe venceu sete títulos do Grand Slam

Como Connors se relaxava entre os pontos

O oito vezes campeão do Grand Slam revelou como se mantinha calmo entre os pontos. “O público foi sempre uma parte importante dos meus jogos e ajudava a quebrar a tensão,” disse. “Eu conseguia concentrar-me quando a bola estava em jogo, mas entre os pontos deixava a mente divagar. Não sobre o jantar — mas sobre o meu jogo, sem me preocupar com a importância do momento. Isso libertava-me e ajudava-me a jogar o ténis que queria.”
O norte-americano costumava brincar frequentemente com o público, o que o tornava bastante popular. “Passou a ser parte de como eu geria a pressão. E convidava o público a entrar,” admitiu Connors. “Fossem a meu favor ou contra mim, estavam lá, e isso era o que importava. Se estavas contra mim, queria que saísses a dizer: ‘Eu queria que o Connors perdesse, mas quero vê-lo jogar outra vez.’ Aprendi cedo que o ténis é entretenimento. As pessoas pagam muito para nos ver. Estávamos a vender o desporto. Jogadores como Nastase, Gerulaitis, McEnroe, Borg — éramos todos personagens diferentes. Essa variedade trouxe pessoas. Rivalidades e personalidades fizeram o ténis crescer nos anos 70 e 80.”

O encontro que mudou a carreira de Connors

Em 1978, Connors já era cinco vezes campeão do Grand Slam. À exceção do Australian Open (disputado duas vezes entre 1974-1975), ia longe nesses grandes palcos. Infelizmente, não conseguia chegar às decisões, com uma série de meias-finais a travar-lhe o progresso. No entanto, uma reviravolta de dois sets contra McEnroe na final das Finais do Circuito de 1981 reacendeu a sua confiança, levando-o a vencer mais três títulos do Grand Slam.
“Estava a perder por dois sets a zero. Já me tinham dado como acabado durante três anos — eu era um has-been, ultrapassado aos 26 ou 27,” disse Connors. “Mas nunca desanimei. Sempre achei que estava à beira. Vencer o Mac em ’81, quando ele era o melhor do mundo, mudou tudo. Recuperar de dois sets a zero colocou-me noutro patamar de confiança. Permitiu-me dizer a mim próprio — esquece os outros — ‘Estou de volta.’ A confiança vem de dentro. E eu nunca deixei de trabalhar. Continuei a lutar para voltar ao topo.”
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