Matteo Berrettini prepara o regresso às Davis Cup Finals, onde a sua participação pode ser decisiva na defesa do título conquistado em 2023 e 2024. Este ano,
a equipa italiana estará sem Jannik Sinner—que optou por terminar a época após as ATP Finals para descansar mais antes da próxima temporada.
Depois de dois anos em que a Itália se apoiou no seu melhor jogador para conquistar o troféu, terá agora de encontrar soluções sem ele. Agrava a incerteza o facto de Lorenzo Musetti (n.º 9) poder não integrar a equipa. Embora chamado inicialmente, subsistem dúvidas sobre se o jogador de 23 anos se sentirá em condições após semanas intensas de competição no final do ano e a sua recente presença nas ATP Finals.
A seleção italiana contará com Flavio Cobolli como trunfo para o par, e a possível ausência de Musetti pode abrir espaço para Berrettini (n.º 63) disputar alguns singulares. “A
Taça Davis sempre me caiu bem e acho que posso dar a dose certa de determinação ao grupo”, comentou à Gazzetta. “O Jannik não está, o Musetti é dúvida, mas o bonito é que, mesmo sem os dois melhores do momento, não há ansiedade.”
“Estamos todos conscientes de que é possível. Estamos todos com vontade e num bom momento—o Bolelli e o Vavassori estão a jogar muito, o Cobolli fez a melhor época da carreira, o Sonego, se vier, mostrou que está muito bem. Somos um grupo, somos amigos, vai correr tudo bem.”
A Itália defrontará nos quartos de final uma das surpresas das Finals: a Áustria, cujas principais armas serão Filip Misolic (n.º 86) e Jurij Rodionov (n.º 161).
Berrettini encontrou motivação ao treinar com Sinner no Mónaco
O antigo n.º 6 mundial não perde a oportunidade de elogiar o companheiro de Taça Davis
Jannik Sinner, com quem tem sublinhado a excelente relação fora do court. Berrettini reconheceu que o colega também tem sido uma inspiração nas suas ambições de voltar a ocupar espaço entre os melhores.
“Se penso no que ele [Sinner] fez nos últimos dois anos, é impressionante. Cada um tem o seu mundo, os seus ritmos, os seus objetivos”, acrescentou Berrettini. “Acho que ainda tenho algo para dar a este desporto, há satisfações que quero alcançar. Mas sem pôr em risco o corpo e a cabeça, que já sofreram o suficiente nos últimos anos.”
O finalista de Wimbledon 2021 tem somado vários anos marcados por lesões que lhe roubaram continuidade. Esta época, esteve dois meses parado após se lesionar em Roma frente a Casper Ruud. O regresso em Wimbledon ficou assinalado por uma derrota na primeira ronda frente a Majchrzak, seguida de quase mais três meses fora até voltar na digressão asiática.
Durante a recuperação, Berrettini focou-se no trabalho para regressar a bom nível, cumprindo blocos contínuos de treinos a partir do Mónaco, país onde ele e Sinner residem e treinam. “Treinar com ele [Sinner] em Monte Carlo ajudou-me”, contou. “Percebi que gostava de sentir a bola na raqueta, do som que saía das cordas. Gostei mesmo. Foi aí que entendi que ainda não era tempo de desistir.”
Sinner e Berrettini já se defrontaram duas vezes no circuito, ambas com vitórias para o atual n.º 2 mundial. Sinner venceu no Canadian Open 2023 (6-4, 6-3) e no encontro de Wimbledon 2024 (7-6, 7-6, 2-6, 7-6).