A ex-campeã do US Open Gabriela Sabatini afirmou que o seu compatriota Juan Martín Del Potro poderia ter alcançado o número 1 do ranking mundial da ATP, apesar de toda a sua carreira ter coincidido com o domínio de
Roger Federer,
Rafael Nadal e
Novak Djokovic.
Sabatini, campeã do US Open de 1990 (derrotando Steffi Graf na final) e membro do Hall of Famer desde 2006, falou sobre a possibilidade de o seu compatriota argentino Del Potro ser introduzido no International Tennis Hall of Fame, após a sua nomeação na semana passada.
Sabatini foi a embaixadora do WTA 125 Mallorca Open na semana passada, que terminou com a vitória da argentina Solana Sierra sobre a sérvia Lola Radivojevic por 6-3 e 6-1, recebendo o troféu das mãos da própria Sabatini. Durante as suas actividades no torneio, a ex-número 3 do mundo deu uma entrevista ao
Página 12, na qual afirmou que o verdadeiro potencial de Del Potro foi reduzido pelas lesões.
Sabatini acredita que as lesões custaram a Del Potro o lugar de número 1
O vencedor de 27 títulos de singulares WTA - incluindo dois WTA Tour Championships (agora WTA Finals) - reflectiu que, se não fosse o impacto negativo das lesões na sua carreira, Del Potro teria chegado a número um mundial, mesmo apesar do domínio dos três grandes. "Acredito que se as lesões tivessem respeitado um pouco mais Juan Martín, ele teria chegado a número um do mundo, apesar de Federer, Nadal e Djokovic estarem lá".
Campeão do US Open em 2009 e do Indian Wells em 2018, além de ter sido peça fundamental na conquista da Copa Davis pela Argentina em 2016, Del Potro chegou a ser o número três do mundo e poderia até ter brigado pelo topo do ranking, segundo Sabatini. O sul-americano é um dos três candidatos na categoria Jogadores para a classe de 2026, ao lado de outras duas lendas: Roger Federer, da Suíça, e Svetlana Kuznetsova, da Rússia.
Del Potro ganhou um total de 22 títulos na sua carreira e chegou a outras 13 finais, incluindo derrotas no Open dos EUA de 2018 contra Novak Djokovic e nos Jogos Olímpicos de 2016 contra Andy Murray. O seu último troféu foi em Indian Wells 2018 contra Roger Federer. Alcançou um total de 53 vitórias sobre jogadores do top 10 e 10 vitórias sobre jogadores do ranking nº 1, e terminou cinco temporadas no top 10 (2008, '09, '12, '13, '18).
O impacto das lesões na carreira de Del Potro
A carreira de Del Potro foi marcada por lesões recorrentes. Lesões no pulso e a fratura da rótula direita que sofreu em Xangai em outubro de 2018, quando era o número quatro do mundo, pararam-no num momento em que estava ao alcance de lutar pelo número 1 do final do ano contra Djokovic. Nos anos seguintes, as lesões obrigaram-no a ser operado até oito vezes em busca de uma melhor qualidade de vida.
"Por vezes, já não me apetece. Não sou indestrutível; sou como qualquer pessoa que tem coisas boas e coisas más, mas muitas vezes tenho de me mostrar corajoso em certas situações", reflectiu Del Potro.
Há um ano, Del Potro despediu-se oficialmente dos courts com uma exibição em Buenos Aires, que contou com a presença do próprio Novak Djokovic, que se deslocou ao país sul-americano para acompanhar o seu antigo rival. O jogo de despedida contou também com a presença de Sabatini, que se tornou um grande amigo de Del Potro: "No ano passado, quando tive de ser operado, ele ligou-me e disse: 'Amanhã vou apanhar um avião e vou estar contigo até recuperares'. Desde então, temos sido praticamente inseparáveis".