Milos Raonic afirma que a fusão da WTA e da ATP é simplesmente "um produto mais coeso para vender" à Arábia Saudita

Milos Raonic afirmou que as discussões sobre uma potencial fusão da WTA e da ATP são simplesmente uma forma de criar "um produto mais coeso para vender" ao Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita.

O tenista canadiano Raonic pronunciou-se sobre a questão altamente controversa da relação entre o ténis profissional e a Arábia Saudita. Mais concretamente, comentou as conversações entre a ATP e a WTA sobre uma possível fusão, que, segundo as mesmas, seria feita para contrariar o crescente interesse e influência saudita no desporto.

Já foi confirmado que o Next Gen ATP Finals será transferido para a cidade portuária de Jeddah, na Arábia Saudita, até 2027, e há muito barulho entre os adeptos e os jogadores neste momento, uma vez que as autoridades consideram a possibilidade de realizar o WTA Finals na capital do país, Riade.

Os jogadores dão a sua opinião 

Vários jogadores pronunciaram-se sobre o envolvimento saudita no desporto, com nomes como Nick Kyrgios, Ons Jabeur e Billie Jean King a favor do trabalho com o país.

Os dois últimos expressaram que jogar na Arábia Saudita poderia ser uma porta de entrada para ajudar as pessoas que sofrem com o fraco historial de direitos humanos do país, especialmente as mulheres, cujas liberdades são frequentemente restringidas. Entretanto, Kyrgios partilhou a sua satisfação com o salário que lhe seria pago por jogar na Arábia Saudita.

No entanto, outros opuseram-se à mudança, incluindo John McEnroe, Chris Evert, Martina Navratilova e Daria Kasatkina. Evert referiu o tratamento dado às mulheres pelo país como uma razão direta para não ir para lá, e Kasatkina, que é uma jogadora abertamente homossexual, sugeriu que não se sentiria segura no país.

Raonic contribui para o debate sobre "sportswashing"

Além disso, muitos adeptos acusaram a Arábia Saudita de "sportswashing" para melhorar a sua reputação internacional. Ao fazê-lo, o país já mudou radicalmente a face de alguns desportos. É o caso, em especial, do golfe, onde a fusão entre o PGA Tour e a liga saudita rival LIV significa que a Arábia Saudita é agora essencialmente dona da modalidade.

Para evitar que isto aconteça no ténis, os responsáveis da ATP e da WTA têm estado a discutir uma potencial fusão entre as suas duas digressões, de forma a combater quaisquer circuitos rivais que a Arábia Saudita crie. Para além de um tweet desdenhoso de Kyrgios, nenhum outro jogador, para além de Raonic, comentou este acontecimento.

A sua reação tem sido de cinismo, afirmando que continua a ser tudo uma questão de dinheiro e que uma fusão apenas daria às duas excursões um produto melhor para vender à Arábia Saudita;

"Na minha opinião, não se trata de impedir o investimento saudita, mas sim de ter um produto mais coeso para vender ao PIF. A ATP e a WTA estão mais interligadas nos Grand Slams, pelo que não se pode entrar separadamente, como acontece com a PGA. O PIF quer equidade, não apenas eventos como o Next Gen e potenciais finais da WTA", escreveu ele no X, anteriormente conhecido como Twitter.

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