A Associação dos Tenistas Profissionais (PTPA) pronunciou-se contra o facto de a ATP e a WTA programarem jogos até altas horas da noite, após queixas de jogadores como Andy Murray, Alexander Zverev e Elena Rybakina.

A PTPA foi co-fundada em 2019 pelo número 1 do Mundo Novak Djokovic e pelo jogador Canadiano Vasek Pospisil com o objetivo de "salvaguardar e apoiar os jogadores de ténis profissionais masculinos e femininos em todo o mundo". Mais recentemente, divulgaram uma declaração condenando a programação de jogos que terminam a altas horas da noite.

Esta é uma questão que tem sido levantada repetidamente ao longo desta época por jogadoras de ambos os circuitos. No Open do Canadá, em agosto, Rybakina classificou a liderança da WTA de "fraca", depois de os atrasos provocados pela chuva terem feito com que o seu confronto com Daria Kasatkina terminasse às 3 da manhã.

PTPA pronuncia-se após queixas dos jogadores

Antes disso, Murray tinha considerado o calendário do Open da Austrália, em janeiro, uma "farsa", depois de o seu jogo da segunda ronda com Thanasi Kokkinakis ter terminado às 4h05 da manhã;

"Não sei para quem é que isso é benéfico [...] Surpreendentemente, as pessoas ficaram até ao fim, e agradeço muito que o façam e que criem um ambiente para nós. É óbvio que algumas pessoas precisam de trabalhar no dia seguinte e tudo isso", afirmou.

Mais recentemente, Zverev criticou a programação do Open da China, esta semana, quando o seu jogo contra Alejandro Davidovich Fokina só começou depois da meia-noite.

"É óbvio que é difícil jogar até às 3 da manhã. Não sei se foi a decisão correcta manter-nos neste campo. Acho que devíamos ter mudado de campo", afirmou.

PTPA: os jogos noturnos prejudicam toda a gente

"Os jogos a altas horas da noite não prejudicam apenas os jogadores. Têm consequências negativas para os adeptos, os miúdos da bola, os funcionários do evento e todas as partes interessadas envolvidas", escreveu a PTPA no X, anteriormente conhecido como Twitter. O post também incluiu um vídeo com um comentário do Diretor Executivo da PTPA, Ahmad Nassar, condenando a programação noturna.

"Alguns torneios têm um recolher obrigatório, o que é louvável. Alguns torneios não têm recolher obrigatório e parecem divertir-se com os jogos que terminam tarde e quase dão uma volta de vitória quando um jogo termina às 2, 3 ou mesmo 4 da manhã, hora local."

"Do ponto de vista dos jogadores, isso não faz sentido, nem do ponto de vista dos adeptos, das transmissões ou dos parceiros comerciais. Se olharmos para as bancadas e nos afastarmos dos jogadores exaustos nesses jogos, os adeptos estão quase todos ausentes. Têm empregos, têm famílias e coisas para fazer, só precisam de ir dormir", afirmou.