Maria Sharapova juntou a sua voz à dos que denunciam as disparidades salariais entre homens e mulheres no desporto, utilizando o exemplo do prémio monetário oferecido no ATP Shanghai Masters em comparação com o cheque do vencedor no WTA Zhengzhou Open.

A pentacampeã do Grand Slam, que se retirou em 2020, participou recentemente na conferência Bloomberg Screentime com Jason Kelly, onde discutiu o seu percurso profissional e vários aspectos do ténis em geral, nomeadamente a situação financeira do desporto.

A desigualdade dos prémios monetários tem sido um problema no WTA Tour desde há muito tempo. Embora cada um dos Grand Slams ofereça montantes iguais aos jogadores desde 2007, os torneios WTA oferecem quase sempre prémios significativamente inferiores aos do ATP Tour.

Sharapova destaca o forte contraste dos rendimentos

"Ainda esta semana, há um torneio masculino a decorrer em Xangai com um prémio de 1,2 milhões de dólares. Na mesma semana, há um torneio feminino na China com um prémio de 120.000 dólares", disse Sharapova na sua conversa com Kelly.

A jogadora de 36 anos acrescentou ainda que a igualdade de prémios monetários oferecidos nos Grand Slams não deve ocultar o facto de a diferença salarial entre homens e mulheres continuar a ser um problema extremamente prevalecente no circuito WTA.

"Não sei se alguém está familiarizado com esses números, mas vamos a um Grand Slam e estamos a celebrar a igualdade de prémios monetários. É ótimo. Esses são os maiores eventos, com maior atenção, meios de comunicação social e agitação."

"Mas o resto da digressão, ou seja, os outros oito ou nove meses, está lá. A disparidade é insana e isso precisa de ser resolvido", continuou.

Recentemente, a WTA comprometeu-se a alcançar a igualdade de remuneração em eventos combinados de 1000 e 500 no Tour até 2027 e em eventos não combinados, como os torneios de 1000 e 500 de uma semana, até 2033.