O Príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammed bin Salman respondeu às acusações de que o seu país está a fazer "Sportswashing" para tentar melhorar a sua reputação internacional, dizendo que não quer saber.

Salman tem supervisionado as despesas com o desporto desde que subiu ao poder e se tornou o líder de facto da Arábia Saudita há seis anos. Desde então, o Fundo de Investimento Público (PIF), que tem um total de ativos estimado em mais de 700 mil milhões de dólares, gastou um montante sem precedentes no desporto.

Esta despesa faz parte do plano Visão 2030, através do qual o país está a tentar ultrapassar a sua dependência de fontes de riqueza não sustentáveis, nomeadamente os combustíveis fósseis.

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O envolvimento da Arábia Saudita no ténis

A Arábia Saudita tem vindo a investir em vários desportos nos últimos anos. Em particular, a liga LIV Golf fundiu-se com o PGA Tour, o que significa que o país é essencialmente proprietário do desporto do golfe.

Também tiveram um enorme impacto no futebol, trazendo grandes nomes como Cristiano Ronaldo e Neymar para a Saudi Pro League. Além disso, detêm uma participação de 80% no Newcastle United, clube da Premier League.

Por conseguinte, não é de surpreender que o país também se tenha envolvido no ténis, negociando um acordo de cinco anos para acolher as Next Gen ATP Finals em Jeddah até 2027. O país também apresentou uma proposta para acolher o WTA Finals na capital Riade, mas a WTA acabou por optar por Cancun, no México.

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Acusações de "sportswashing" e resposta do Príncipe Herdeiro

Em resultado deste investimento, a Arábia Saudita tem sido acusada de "sportswashing", num esforço para distrair a cena mundial do seu fraco historial em matéria de direitos humanos. Este inclui restrições à liberdade das mulheres e o facto de a atividade homossexual ser ilegal no país, bem como a realização de execuções em massa nos últimos anos.

O Príncipe Mohammed falou com a Fox News na sua primeira entrevista totalmente em inglês, durante a qual tentou explicar as motivações por detrás do investimento do país no desporto e disse que não quer saber com as acusações de "sportswashing";

"Se o 'sportswashing' vai aumentar o meu PIB em 1%, então vamos continuar a fazer 'sportswashing'. Não me importo (com o termo). Tenho um crescimento de 1% do PIB devido ao desporto e pretendo obter mais 1,5%. Chamem-lhe o que quiserem - vamos conseguir esse 1,5%", afirmou.