O antigo treinador de Rafael Nadal,
Toni Nadal, sublinhou as diferenças entre
Jannik Sinner e
Novak Djokovic. Apesar do domínio que Sinner tem exercido recentemente sobre o seu rival sérvio, Djokovic foi descrito pelo espanhol como o “mais completo”.
Sinner trepou rapidamente a hierarquia do ténis, colocando-se entre os melhores. Já soma quatro títulos do Grand Slam aos 24 anos, além de uma série de outros troféus e distinções, incluindo as ATP Finals em 2024.
Enquanto ele e o seu rival direto em court, Carlos Alcaraz, se distanciaram do pelotão, Djokovic vai conseguindo manter-se por perto apesar da idade. Aos 38 anos, muitos vêem-no como o terceiro melhor tenista atualmente no Circuito ATP e ele confirmou isso ao alcançar quatro meias-finais consecutivas em torneios do Grand Slam. No entanto, não tem conseguido fechar frente aos seus rivais de topo nos últimos três grandes palcos, perdendo para Sinner em dois deles.
Nadal aponta diferenças entre Sinner e Djokovic
São vistos como jogadores distintos. Para Toni Nadal, Sinner gera mais potência nos golpes, em sintonia com o ritmo acelerado a que joga, enquanto Djokovic apresenta melhor toque e maior capacidade tática em court.
“Acho que o Novak é um pouco mais completo do que o Jannik”, disse Nadal. “O Jannik tem mais velocidade nos seus golpes, o Novak um pouco mais de toque. Partilham o facto de imporem sempre um ritmo alto e terem um controlo de bola excecional, com movimentação de nível muito elevado. O Jannik joga com um padrão muito definido: impõe um ritmo muito rápido desde o início, difícil para qualquer um acompanhar.”
Esse ritmo alto criado por Sinner torna muito difícil competir com ele, quanto mais aproximar-se em determinados momentos. O seu forehand é uma arma que pode fazer a bola passar pelo adversário num piscar de olhos. Já Djokovic, na ótica de Nadal, poderá não bater a bola com tanta potência, mas responde a esse ritmo com tal qualidade que consegue ditar os pontos, colocando a bola com precisão onde quer. Enquanto Sinner procura encurtar as trocas, Djokovic tanto consegue finalizar rápido como alongar os rallies.
Sinner 7-0 nos últimos sete duelos com Djokovic
Apesar de Nadal considerar Djokovic mais completo, os confrontos recentes contam outra história. O campeão de 24 Grand Slams costuma ser ele a encadear séries implacáveis rumo aos grandes títulos, mas é Sinner quem lhe tem dado o seu próprio remédio.
Jannik Sinner venceu os últimos sete duelos frente a Novak Djokovic
O último triunfo de Djokovic sobre o italiano foi nas ATP Finals de 2023, depois de ter perdido com ele na fase de grupos. Sinner vingou-se na Taça Davis. Essa vitória manteve a Itália viva na meia-final contra a Sérvia, antes de ambos voltarem ao court para o encontro de pares. Sinner e a Itália acabariam por conquistar a Taça Davis em 2023.
O que se seguiu foi um sinal do futuro. Na meia-final do Australian Open, Sinner afastou o decacampeão de Melbourne com uma exibição dominante. Repetiu o desfecho em Roland Garros e em Wimbledon este ano, sem ceder sets ao sérvio nesses dois encontros. Antes disso, somara triunfos-chave sobre ele na final do Masters de Xangai e na meia-final do Six Kings Slam, repetindo o feito um ano depois em Riade.
Este registo negativo não desmotivou Djokovic, que recentemente conquistou o título no Hellenic Championship. Voltará ao court no próximo ano com a ambição de devolver a Sinner alguma da frustração. Isso não acontecerá nas atuais ATP Tour Finals, sobre as quais pode ler mais acerca do
formato do torneio e jogadores.