“Estamos a preparar-nos para estar no circuito nos próximos 15 anos” Treinador de Joao Fonseca sugere carreira longa

ATP
quinta-feira, 20 novembro 2025 a 19:00
Joao Fonseca recebeu o troféu pela vitória no Swiss Indoors
Guilherme Teixeira, treinador do talentoso e muito elogiado Joao Fonseca, acredita que o jovem brasileiro competirá ao mais alto nível nos próximos 15 anos, numa carreira que muitos antecipam próspera e bem-sucedida.
Teixeira é treinador de Fonseca desde 2018. Acompanhou-o e ajudou-o a amadurecer até se tornar um talento fenomenal, um jogador que muitos preveem que lutará regularmente no futuro por Grand Slams e pelos maiores títulos que o ténis oferece. Este foi o seu primeiro ano no ATP Tour principal, e não desiludiu.
Embora talvez ainda não esteja no patamar para competir de forma consistente com os gigantes do circuito, mostrou que tem a fibra e a ética para vingar. O seu forehand pesado, combinado com um serviço potente, sustenta um estilo agressivo, com um forte jogo mental a impulsionar a evolução do jovem de 19 anos. Foi o próprio treinador a reforçar essa ideia, descrevendo-o como “calmo”.
“Sempre me impressionou a sua capacidade de se adaptar a qualquer ambiente. Muda de atmosfera muito rapidamente. Sabe que pertence ali. O Joao é uma pessoa serena e calma. Mesmo muito calma”, disse Teixeira.

Fonseca para ficar por muito tempo

Fonseca já teve um grande impacto no ténis brasileiro. Muitos adeptos da América do Sul têm viajado pelo mundo para o ver competir nos maiores eventos. O entusiasmo é bem real. Não apenas no Brasil, mas em toda a comunidade do ténis.
No final de 2024, qualificou-se para as Next Gen ATP Finals. Ser o jogador com ranking mais baixo não o afetou minimamente, já que atropelou os adversários a caminho de um título impressionante. Estreou-se em Grand Slam pouco depois, no Australian Open. Logo após vencer um torneio Challenger, passou pela qualificação com facilidade antes de derrotar Andrey Rublev em sets diretos. Embora não tenha conseguido ultrapassar Lorenzo Sonego num duelo renhido, o seu nome ficou na boca da maioria dos adeptos de ténis.
O seu primeiro título ATP chegou pouco depois, ao superar a concorrência para vencer o Argentina Open. Tornou-se o mais jovem sul-americano a conquistar um título do circuito ao derrotar o herói da casa Francisco Cerundolo. Continuou a progredir de forma consistente, mantendo os pés bem assentes na terra. Somou outro título no Challenger Tour enquanto disputava os seus primeiros Masters 1000. Já no top 75, deixou de ter problemas para entrar nos grandes eventos. Superou Hubert Hurkacz e Pierre-Hugues Herbert em Roland Garros antes de um clínico Jack Draper o travar. Atingiu a mesma fase em Wimbledon, mas foi eliminado pelo qualificador Nicolas Jarry.
Depois de se tornar o jogador mais jovem a participar na Laver Cup, ele e a equipa tomaram a decisão executiva de falhar a digressão asiática para se focarem na temporada europeia em hard courts indoor. A opção revelou-se inspirada, já que Fonseca venceu o maior torneio da carreira no Swiss Indoors. Alejandro Davidovich Fokina foi a vítima, num novo sinal do que o jovem de 19 anos poderá vir a oferecer. Termina o ano como número 24 do mundo, apesar de o ter iniciado como número 651.
A sua época foi resumida por Teixeira. “Quando olhas para os números… Passar de 700.º para 25.º do mundo é um salto quase assustador. Assustador. Mas eu disse-lhe: ‘Tens de durar porque estamos a preparar-nos para estar no circuito nos próximos 15 anos’”, afirmou.
Encerrou a temporada após falhar o Hellenic Championship devido a um problema lombar e confirmar que não regressará para defender o título das Next Gen. Todos os sinais apontam para 2026.
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