A sete vezes campeã de Grand Slam,
Justine Henin, afirmou que
Carlos Alcaraz e
Jannik Sinner estão um passo à frente do resto do circuito, enquanto se preparam para a sexta final entre ambos esta época. “Há eles e, depois, todos os outros”, sublinhou a belga.
O n.º 1 e o n.º 2 do mundo vão disputar o título das ATP Finals, depois de terem decidido entre si os últimos três torneios do Grand Slam. O domínio de Alcaraz e Sinner tem marcado as últimas duas temporadas. O espanhol e o italiano quebraram a hegemonia de Novak Djokovic dos anos anteriores e dividiram os últimos oito majors disputados (em 2024 e 2025), com quatro títulos para cada um. Este domingo, vão defrontar-se pela primeira vez nas ATP Finals.
“Temos um Top 10 que foi abanado”, disse Justine Henin em conversa com a
Eurosport. “Com jogadores que ficaram para trás depois de terem dado tudo nos últimos anos: Rublev, Medvedev, Ruud... Tsitsipas já anda por ali há algum tempo. Uns estão a subir, outros a regressar, mas vimos as limitações de Auger-Aliassime, é difícil imaginar De Minaur a ir muito mais longe, portanto…”.
Enquanto Alcaraz chega após assegurar o n.º 1 no final do ano, terá pela frente um Sinner praticamente intocável em hard court indoor, com 30 vitórias consecutivas nessa superfície (39 nas últimas 40), e que procura defender o título em Turim — tentando fazê-lo pelo segundo ano seguido de forma invicta.
“Fisicamente, estão dez passos à frente dos outros”: Henin antecipa nova final Sinner-Alcaraz
A quatro vezes campeã de Roland Garros antecipa uma nova final em 2025 entre Sinner e Alcaraz. Com cinco duelos este ano, o espanhol levou a melhor em quatro — a única exceção foi Wimbledon. “Podemos tentar reescrever a história o quanto quisermos, essa é a realidade”, insiste Justine Henin. “Há eles e, depois, estão todos os outros. Por isso, sim, claro que esperamos vê-los na final. Vi coisas boas esta semana de outros jogadores, mas não quando enfrentam Sinner ou Alcaraz. Aí já não há suspense. É simples.”
A antiga tenista, que se retirou em 2011, considerou que parte do sucesso de ambos se deve ao facto de serem fisicamente superiores ao resto do circuito. “Para as pessoas, condição física muitas vezes significa aguentar encontros muito longos”, comentou Henin. “Mas não, não é só isso. É também o que impõem, em termos de duração, claro, mas também de intensidade, velocidade de deslocação e rapidez de execução. A visão e a reatividade deles colocam um problema constante.”
A bicampeã das WTA Finals (2006, 2007) apontou o encontro de Alcaraz com Felix Auger-Aliassime nas meias-finais como exemplo, em que uma das suas armas foram os backhands paralelos que surpreenderam repetidamente o canadiano. “Quando decide acelerar, quando ataca o backhand deles, desequilibra-os, mesmo do outro lado”, acrescenta a tetracampeã de Roland Garros. “O fenomenal em Alcaraz é o jogo de pés.”
“Deve ter trabalhado muito a proprioceção, porque o jogo de pés dele tem uma reatividade que lhe permite arrancar mais rápido do que qualquer um”, acrescentou sobre o seis vezes campeão de majors. “E o Sinner não fica muito atrás nesse aspeto. Portanto, se tivermos em conta o jogo aéreo (voleios/smaggers) e a velocidade, chegamos a esta diferença enorme. Fisicamente, estão dez passos à frente dos outros.”
Este domingo, Sinner e Alcaraz terão o 16.º capítulo da sua rivalidade, com Alcaraz a liderar por 10-5 — venceu 7 dos últimos 8 confrontos. Enquanto Alcaraz procura o seu primeiro título das ATP Finals — um dos grandes troféus que lhe falta —, Sinner tenta tornar-se no quarto jogador deste século a defender o título das ATP Finals, depois de Lleyton Hewitt, Roger Federer e Novak Djokovic.