"Num ano, perdi demasiadas vezes com Novak" Rafael Nadal Nadal fala sobre a série brutal contra Djokovic

ATP
terça-feira, 04 novembro 2025 a 15:00
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O 22 vezes campeão do Grand Slam, Rafael Nadal, juntou-se à lenda da NFL, Tom Brady, para uma partida de golfe antes do início da E1 Series no Monte-Carlo Country Club. Há muito considerado como o passatempo favorito dos atletas profissionais - desde futebolistas a basquetebolistas, tenistas e pilotos de Fórmula 1 - o golfe tem dois dos seus melhores embaixadores em Rafa Nadal e Tom Brady, que se defrontaram no Clube de Golfe de Monte Carlo, no Mónaco.
Durante a conversa, Nadal contou como as suas rivalidades o levaram aos limites. Brady perguntou como era enfrentar os mesmos adversários tantas vezes, destacando em particular as diferenças entre Federer e Djokovic. Nadal descreveu as diferenças de enfrentar os seus dois maiores rivais:
"Em termos do estilo deles... com o Novak, o jogo é mais igual, mais previsível. Mas, ao mesmo tempo, foi mais difícil para mim ter uma tática real, porque é preciso jogar muito bem e apenas nos pequenos detalhes. Para o vencer, é preciso fazê-lo de forma inacreditável. E contra o Roger, os estilos eram tão diferentes... E sim, eu tinha uma forma melhor e mais clara de abordar o jogo com o Roger."
Nadal também reflectiu sobre o desafio mental do ténis, que comparou com outros desportos. "Porque é apenas um contra um, torna as coisas mentalmente mais difíceis... quando estamos em campo, ninguém nos pode salvar. És só tu". Falou sobre a adrenalina, a emoção e a concentração exigidas ao mais alto nível: "A emoção e o estar no momento. Esta sensação de adrenalina... viver no presente".
Outro tema abordado por Nadal foi o dos seus torneios favoritos. A sua inestimável ligação a Roland Garros, que venceu 14 vezes, é bem conhecida. Brady perguntou-lhe que outro torneio, para além de Roland Garros, tinha um significado especial para ele. "Adoro o Open dos Estados Unidos... tem uma boa energia. No início, foi difícil para mim, mas comecei a gostar muito mais tarde na minha carreira."

"Trata-se de aceitar a frustração"

Nadal reflectiu sobre o desafio contínuo de enfrentar adversários de elite e sobre a forma como estas rivalidades elevaram o seu jogo: "Num ano, perdi demasiadas vezes com o Novak. Em 2011, perdi a final de Indian Wells, a final de Miami, a final de Madrid, a final de Roma, a final de Wimbledon e a final do Open dos Estados Unidos. E, no ano seguinte, perdi a final da Austrália".
"Por isso, é preciso voltar e perceber o que se está a passar, porque é que não consigo ganhar. O facto de ser apenas um contra um torna as coisas mentalmente mais difíceis, penso eu", acrescentou. "Quando estamos em campo, ninguém nos pode salvar. Somos só nós. Isso também é uma coisa bonita do nosso desporto."
Também sublinhou a intensidade única da competição individual, comparando-a com os desportos de equipa. A pressão do desempenho individual, explicou, amplia tanto os erros como os triunfos: "Exatamente. É um desafio mental muito grande. Trata-se de aceitar a frustração e compreender quando alguém está a fazer melhor do que nós."

"A competição no golfe - fisicamente funciona melhor para mim"

Nadal partilhou ideias sobre a preparação e a concentração, estabelecendo paralelismos com o calendário de futebol americano de Brady. Ambos sublinharam que a preparação, o trabalho de equipa e a confiança no sistema de apoio são essenciais para um desempenho ao mais alto nível. "Exatamente. Se estivermos a pensar: 'Este tipo vai destruir-me', não nos conseguimos concentrar", disse Nadal, sublinhando a importância da clareza mental.
Falou também das suas paixões pós-ténis e do seu envolvimento contínuo com a competição, particularmente através do golfe e dos comentários: "Gosto de jogar golfe. A competição no golfe, fisicamente, funciona melhor para mim... Sim, gosto muito de comentar. É divertido, porque nos obriga a prestar atenção a toda a gente. E a parte da equipa na transmissão também é divertida - podemos exprimir o que gostamos e o que não gostamos no desporto."
Apesar da reforma, o apreço de Nadal pela competição e pela concentração permanece intacto, fazendo a ponte entre as suas experiências desportivas e dando aos fãs um vislumbre da sua mentalidade no topo do jogo: "Essa emoção e o facto de estar no momento. Essa sensação de adrenalina... viver o presente", afirmou o antigo número 1 do mundo.
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