Patrick Mouratoglou dá vantagem a Sinner sobre Alcaraz e aponta quem tem o melhor serviço

Debates e comparações entre Carlos Alcaraz e Jannik Sinner geram sempre discussão. Às portas de um possível novo duelo, o conceituado treinador Patrick Mouratoglou colocou os dois lado a lado, elegendo um vencedor claro.

O francês é dos mais habilitados para sublinhar diferenças entre ambos. Mais conhecido por treinar Serena Williams, Mouratoglou ajudou a norte-americana a conquistar 10 dos seus 23 títulos do Grand Slam entre 2012 e 2022, numa parceria de enorme sucesso. Depois, orientou também Stefanos Tsitsipas, Simona Halep, Holger Rune e, mais recentemente, Naomi Osaka. Com toda esta experiência, usou-a para comparar competências específicas de Alcaraz e Sinner.

Talvez para surpresa de alguns, começou por colocar o serviço de Alcaraz acima do de Sinner. Embora o italiano lidere várias estatísticas nesta arma, Mouratoglou não consegue escolhê-lo em detrimento do número um mundial. “Com a sua altura, abre o campo incrivelmente bem. Serve rápido, tem uma segunda bola incrível e consegue acertar em qualquer zona”, afirmou no Instagram.

No capítulo da movimentação, encontrou um ponto de equilíbrio e distribuiu elogios. “Movimento este-oeste – Carlos. Norte-sul – Jannik.” A velocidade estonteante de Alcaraz para cobrir o court torna, por vezes, quase impossível fechar pontos contra ele. Já Sinner, embora menos rápido, cobre imenso terreno em pouco tempo e a estatura permite-lhe alcançar bolas muito afastadas.

Seguiu-se a direita, especialidade de ambos, capazes de disparar winners com facilidade. A decisão foi renhida, mas Mouratoglou voltou a inclinar-se para Alcaraz. “Potência, rotação; consegue ganhar o ponto de qualquer zona do court.” Em termos de potência pura, Alcaraz leva vantagem. O tricampeão de Grand Slam já registou uma direita a 113 mph.

A história mudou no lado do reverso. O golpe de Sinner é frequentemente apontado como um dos melhores do circuito, e Mouratoglou não contestou. “É incrivelmente consistente. Domina a paralela de forma extraordinária e encontra o cruzado curto também de forma notável.”

Alcaraz somou novo ponto no jogo de rede, muito por vir para a frente com mais frequência do que o rival. “O Carlos vem à rede muito mais do que o Jannik, e é muito eficiente lá”, disse Mouratoglou, que continuou a valorizar o espanhol ao focar-se na sua curta. “É provavelmente o mestre mundial, de longe”, reconheceu o técnico de 55 anos.

Terminou destacando a mentalidade impecável de ambos, por razões distintas. “O Jannik pela qualidade da sua concentração, que é incrível. E o Carlos pelo fogo que tem”, concluiu Mouratoglou. No cômputo geral, Alcaraz sai por cima por 6-3 na análise do treinador.

Mesmo que as opiniões de Mouratoglou possam gerar discordância entre adeptos, é certo que, em court, Alcaraz tem levado vantagem em várias ocasiões. Lidera o confronto direto por 11-7 frente a Sinner, embora o italiano tenha ficado por cima a caminho das ATP Finals.

Este ano, só se encontraram em finais, sinal de que foram número um e dois ao longo da época. Os dois duelos em terra batida caíram para Alcaraz. Depois de bater Sinner em Roma, conquistou o segundo Roland-Garros de forma dramática, recuperando de dois sets e salvando match points naquele que foi um dos encontros mais espetaculares de sempre. Sinner não demorou a vingar-se, ao destronar Alcaraz em Wimbledon. Ainda assim, o espanhol voltou a somar duas vitórias em rápida sucessão sobre o italiano de 24 anos: triunfou primeiro em Cincinnati, perante um Sinner debilitado, e voltou a vencê-lo em Flushing Meadows para levantar o troféu pela primeira vez desde 2022.

O último confronto ocorreu no Six Kings Slam, onde Sinner arrecadou um triunfo lucrativo. Em 2025, Alcaraz lidera por 4-2. Os dois podem voltar a cruzar-se nas ATP Finals, em Turim. Com Sinner já qualificado a partir do Grupo Bjorn Borg, Alcaraz está a um passo de selar a presença nas meias-finais. Defronta Lorenzo Musetti hoje, no fecho do Grupo Jimmy Connors.