Suspensão da ITIA por doping: jovem promessa russa alvo de quatro anos de suspensão por nandrolona

A International Tennis Integrity Agency (ITIA) confirmou a suspensão do tenista russo de 20 anos, Aleksei Mokrov, por um total de quatro anos — dos quais já cumpriu pouco mais de 10 meses — por violação do Tennis Anti-Doping Programme (TADP).

O jovem jogador russo competiu em torneios Futures em 2024, alcançando o melhor ranking da carreira, o n.º 1413. Mokrov foi considerado culpado após testar positivo a Nandrolona num controlo realizado no ITF M15 de Sharm El Sheikh, Egito.

Embora o jogador tenha contestado o resultado, alegando que o laboratório acreditado pela Agência Mundial Antidopagem não cumpriu as normas internacionais, um tribunal independente acabou por rejeitar a sua pretensão.

“O tribunal independente determinou que estava ‘totalmente não convencido’ pelo argumento de Mokrov e que o jogador falhou ‘por larga margem’ em provar a alegação”, lê-se no comunicado da ITIA. “O tribunal também observou que Mokrov não fez qualquer tentativa de explicar a origem do teste positivo. Assim, o jogador não provou que a infração foi não intencional.”

“A amostra foi dividida em amostras A e B e a análise subsequente concluiu que ambas continham metabolitos de Nandrolona, substância proibida ao abrigo do TADP, na categoria de Agentes Anabólicos (secção S 1.1 da Lista de Substâncias Proibidas de 2024 da Agência Mundial Antidopagem).”

Sendo a substância não especificada, Mokrov recebeu uma suspensão provisória obrigatória a partir de 27.01.2025, até decisão final. Na sequência de uma audiência remota em 16.10.2025, o tribunal impôs uma suspensão definitiva de quatro anos, que terminará em 26.01.2029. Além disso, Mokrov perdeu os resultados, pontos e prémios do torneio em que testou positivo e de todas as competições subsequentes até à suspensão provisória.

A suspensão não só o impede de competir em torneios oficiais, como também o proíbe de treinar ou assistir a eventos sancionados pela ITIA, pelos seus membros ou pelas federações nacionais. Isto inclui ATP, WTA, ITF, USTA, Wimbledon, Australian Open, etc.

A Nandrolona é um esteroide anabólico androgénico que ocorre naturalmente em pequenas quantidades no corpo humano. Entre os seus efeitos positivos estão o aumento de massa muscular, a estimulação do apetite e o incremento da produção de glóbulos vermelhos e da densidade óssea.

O caso mais controverso envolvendo consumo de Nandrolona no ténis é o do antigo campeão do Australian Open, Petr Korda — pai de Sebastian Korda. O ex-jogador checo testou positivo a Nandrolona numa análise de urina durante Wimbledon 1998 — torneio em que atingiu os quartos de final. Foi sancionado com dois anos de suspensão, pena depois reduzida a metade pela federação, mas Korda acabou por retirar-se do desporto, recusando-se a aceitar as acusações.

Mais recentemente, o polémico caso de Tara Moore — que também recebeu uma suspensão de quatro anos — envolveu contaminação por Nandrolona (além de Boldenona, outro esteroide anabólico).