A estreia de
Felix Auger-Aliassime nas
ATP Finals 2025 teve um desfecho preocupante em Turim. O canadiano perdeu por 7-5, 6-1 frente ao campeão em título
Jannik Sinner, mas passou grande parte do encontro a lidar com um desconforto físico que limitou a movimentação. O problema, que surgiu no final do primeiro set, agravou-se com o decorrer da partida, obrigando-o a pedir duas pausas médicas e a revelar mobilidade reduzida no segundo parcial.
Após o encontro, Auger-Aliassime confirmou dificuldades físicas, mas tentou relativizar a gravidade da situação. “Não, não é perigoso. Não estou muito preocupado”, disse. “Ele é um jogador incrível. É preciso reconhecer quando o outro é simplesmente melhor. Hoje foi melhor do que eu. Vou preparar-me para o próximo.”
O primeiro set foi muito equilibrado, com ambos a confirmarem o serviço com autoridade até às derradeiras fases. Porém, à medida que o ritmo de fundo de court de Sinner se intensificou, Auger-Aliassime começou a acusar desconforto, alongando a perna entre pontos e demorando mais nas trocas de lado. No início do segundo set, a explosividade característica do canadiano tinha desaparecido. Incapaz de impulsionar no serviço ou de perseguir as direitas profundas de Sinner, deixou o italiano livre para ditar as trocas a seu bel-prazer.
Apesar das dores visíveis, Auger-Aliassime terminou o encontro com compostura. Evitou gestos dramáticos ou a desistência, recebendo aplausos do público de Turim por concluir o jogo nos seus termos. “Ele começou de forma incrível e nunca mais abrandou”, reconheceu. “Do primeiro ao último ponto, esteve incrível. O adversário mais difícil de bater aqui.”
O canadiano elogiou muito o oponente na conferência de imprensa quando questionado se considera Sinner a melhor combinação serviço–devolução que já viu na carreira. “Dos que enfrentei, sim. Nunca joguei talvez contra o Roger no auge. Mas sim, acho que por agora, porque a forma como começas um encontro, certo, vai lá, serve. Mas ele, quatro primeiros serviços praticamente nas linhas, a servir, acho, quase 80% de primeiros no primeiro set. E a devolver, praticamente não falha devoluções a segundo serviço. Hoje até falhou algumas, o que é raro. Mas sim, provavelmente a melhor combinação.”
A lutar com dores, a manter o profissionalismo
Mesmo em dificuldades, Auger-Aliassime manteve o foco — reflexo do seu profissionalismo e da evolução nas últimas épocas. “Nunca tive medo porque não vamos para a guerra”, disse quando questionado sobre o estado de espírito nos momentos duros. “É uma batalha, sim, mas uma batalha de ténis. Tento manter-me focado e determinado, mesmo quando as coisas não correm a meu favor.”
Essa disciplina mental tem sido uma das suas grandes mais-valias esta época, ajudando-o a regressar ao top 10 mundial após um 2024 exigente. Ainda assim, em Turim, o teste não veio dos nervos ou da forma, mas do corpo. A serenidade do canadiano revelou a consciência de que insistir na dor pode, por vezes, ter preço.
Dúvidas antes do próximo encontro
O estado físico de Auger-Aliassime lança dúvidas sobre o próximo duelo da fase de grupos, frente a Ben Shelton. O canadiano confirmou que fará exames médicos antes de decidir a continuidade no torneio. “Vou ver como me sinto amanhã”, disse. “Tem sido uma época longa e, por vezes, o corpo diz-te para abrandar. Vou fazer tudo para estar pronto, mas também tenho de ser inteligente.”
O primeiro alternate, Alexander Bublik (n.º 11 do Mundo), está de prevenção em caso de desistência. Se o cazaque entrar em competição, uma vitória chegaria para se estrear no top 10 — um marco que acrescenta intriga ao cenário.