"Eles são humanos e há dias em que são derrotáveis": Casper Ruud confiante na conquista do título do Grand Slam, apesar do domínio de Carlos Alcaraz e Jannik Sinner

O norueguês Casper Ruud falou sobre as hipóteses de ganhar um Grand Slam na presença de jogadores como o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner. Ambos os jogadores provaram ser de uma classe à parte nos últimos 24 meses, já que partilharam os últimos oito títulos do Grand Slam.

Atualmente, Alcaraz é o número um do mundo com 11.340 pontos de rating, seguido por Sinner no segundo lugar com 10.000 pontos de rating. Nenhum outro jogador do circuito tem sequer 6.000 pontos, o que mostra que estão a atingir níveis que poucos pensavam, e ainda por cima tão cedo nas respectivas carreiras.

O norueguês Ruud tem assistido a um ressurgimento tardio na sua época de 2025, tendo recentemente vencido o Nordic Open em Estocolmo, depois de derrotar na final o francês UgoHumbert em sets diretos, com um resultado de 6-2 e 6-3. Este foi o segundo título de Ruud em 2025. Anteriormente, também conquistou o Open de Madrid, onde derrotou o britânico Jack Draper na final com um resultado de 7-5, 3-6, 6-4.

Depois de vencer o concurso, Ruud foi questionado sobre como vê as suas hipóteses de ganhar um Grand Slam no futuro, especialmente na presença de jogadores como Alcaraz e Sinner. Em resposta a esta questão, Ruud afirmou que acredita que pode desafiar os melhores, mas apenas se estiver a jogar no pico do seu jogo. Ruud sublinhou ainda que Alcaraz e Sinner conseguiram distinguir-se dos restantes jogadores da digressão, o que demonstra que estão acima dos demais.

"Quero dizer que é um cenário diferente jogar à melhor de cinco sets e não temos um Slam dentro de portas", disse Ruud. "Mas se eu conseguir jogar de forma tão agressiva e com tanta convicção no meu jogo num campo duro, penso que posso desafiar os melhores jogadores do mundo e é isso que queremos fazer. Claro que temos dois jogadores na frente que, por vezes, são quase imbatíveis, mas, ao mesmo tempo, também são humanos e há 30, 40 ou 50 jogadores atrás deles que, sempre que entram num court, os querem vencer. Por vezes, alguns deles conseguem-no e gostaríamos de pensar que talvez tudo possa acontecer quando jogamos contra eles. Mas eles separaram-se e provaram a toda a gente que estão num campeonato um pouco à parte, mas isso não me impede, pelo menos a mim, de acreditar que eles também são humanos e que, nalguns dias, são imbatíveis".

Ruud é um dos jogadores mais mediáticos que tem levantado preocupações sobre o calendário agitado do ténis e o impacto que este tem tido na condição física dos jogadores na digressão. Ruud falou sobre o mesmo assunto depois de ter conquistado o título em Estocolmo. Ruud afirmou que o facto de ter tido uma pausa mais longa o ajudou a produzir bons resultados nas fases finais da época.

"No meu caso, este ano tive uma pausa mais longa no verão, o que me levou talvez a ter um pouco mais de energia nesta altura do ano", disse Ruud. "Acho que quando olhamos para o ano do Carlos este ano é bastante singular. Ele jogou muitas partidas e parece que ainda tem alegria e continua a jogar. Claro que ainda lhe faltam dois torneios. Mas, para além dele, não há assim tantos que consigam jogar 60, 70 ou 80 partidas."

E continuou, dizendo: "Acho que quando se chega a esse nível, quando se tem de disputar 50, 60, 70 ou mais jogos por ano, a exigência no final é grande. Mas, à exceção dele e talvez do Sinner, que se dá bem todas as semanas, todos temos os nossos percalços e derrotas quando temos de ir para casa. Mas este ano ajudou-me muito ter uma pausa mais longa no verão e aumentar a fome para o resto do ano. Não consegui atingir o pico ou jogar muito bem assim que regressei, mas agora sinto que tenho mais motivação e inspiração no meu jogo no final da época."